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segunda-feira, novembro 22, 2010

Neste sábado, 11hs - Lançamento de livro Filosofia Brincante!

Amigos,
Neste sábado, dia 27 de novembro às 11 da manhã farei, junto à filósofa Marcia Tiburi, o lançamento de nosso livro infantil, o Filosofia Brincante, na Livraria Cultura de SP – na loja da Record. O livro foi feito por nós em conjunto, desenhos e palavras, buscando o pensamento como aventura divertida e sem idades.
Faremos também o que chamamos de “oficininha de pensamento” com as crianças que aparecerem por lá. Em uma brincadeira de pensar e desenhar, buscaremos fazer o que nossos personagens fazem no livro...
Haverá a mesma oficininha em novas datas em algumas lojas da Livraria Cultura de SP.
A receptividade ao livro está sendo uma maravilha e nem bem chegou nas livrarias já entrou em segunda edição!
Abaixo segue o link para texto e o vídeo que Sérgio Miguez colocou no site da Livraria Cultura:

http://cultura.updateordie.com/2010/11/05/pensar-brincando-brincar-pensando/

E aqui abaixo o link para a Folhinha que publicou um texto e um podcast bem bacana sobre o conteúdo do livro.

http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/829415-filosofia-brincante-mostra-como-pode-ser-divertido-pensar-sobre-voce-e-sobre-o-mundo.shtml

Espero poder vê-los por lá para pensar desenhos conosco!

Beijos a todos,
Chuí

terça-feira, novembro 16, 2010

Evandro Affonso Ferreira - O Van Gogh que cortou minha orelha


"Saiu a biografia de Van Gogh. Lindíssima.
Gostaria, entretanto, que os editores me explicassem
o motivo pelo qual o livro tem apenas uma orelha".
(Evandro Affonso Ferreira in Bombons recheados de cicuta)


A figura do artista pobre, solitário e não reconhecido em sua genialidade se tornou clichê na imagem do pintor Van Gogh. Muitos tolos pensam e declaram isso de si mesmos, como se o mundo lhes devesse a fama e que a injustiça maior da humanidade seria o fato de não serem badalados e endinheirados por seu talento incompreendido, Van Goghs perdidos na liquidez da nova era.

No entanto, até hoje, só conheci um ser que realmente fizesse jus a essa comparação.

Evandro Affonso Ferreira escreve diariamente em caneta BIC pelos cafés do shopping Higienópolis, escreve por necessidade, escreve por transbordamento, por encanto e lucidez. Quase tão boa como sua literatura é a sua companhia (a não ser que você tenha estômago muito delicado).

Nesta quinta, Evandro Affonso Ferreira lançará o livro "Minha Mãe se Matou sem Dizer Adeus", o primeiro de sua trilogia de solidões pela Editora Record. Pediu-me certa vez que lhe fizesse a capa, algo que rapidamente produzi, fácil, pois descobrimos que é disso que se trata sua nova fase: uma literatura Tarja Preta!

Absurdado pela beleza das palavras dessa obra, fiz também um texto para a orelha. No entanto, essa foi cortada por Evandro ao se deparar com o belo texto de Juliano Pessanha, filósofo e estudioso de sua obra. Por ter utilizado a outra orelha, Evandro sentiu-se embaraçado ao falar comigo sobre isso. Mas eu lhe disse:

- Van Gogh cortou sua própria orelha, mas somente eu tenho a honra de ter a orelha cortada pelo Evandro Affonso Ferreira!

Quem não tem medo do lobo mau e da literatura que venha nesta quinta-feira ao lançamento deste livro imenso que tive o privilégio de fazer a capa.
Será às 19hs - até as 22hs - quinta agora, reitero, dia 18 de novembro, na Livraria Cultura da Paulista, loja Record.
É isso, abaixo publico a orelha que o Van Gogh de Higienópolis lisonjeiramente me cortou:


"Minha Mãe se Matou Sem Dizer Adeus

Qualquer pessoa que realmente goste de literatura sabe que um livro não é somente um objeto portador de escrituras. É, sim, um ser que, em meio à sua leitura, irá invariavelmente nos manusear, nos apalpar, nos abraçar, nos riscar, nos rasgar, nos amassar e nos amar antes de completar a sua experiência conosco. É nesta compreensão que Evandro Affonso Ferreira esculpe o livro magoado. Minha Mãe se Matou Sem Dizer Adeus nega a beleza a cada domingo-capítulo. Toda página é um bloco específico de rancor. Toda linha significa uma perda. Toda palavra é dor. Mas dor não faz literatura, a literatura é feita de livros. Todavia, o livro magoado dói. Mais do que em ambientes saudáveis, mais do que em amores bem sucedidos, mais do que em classes abastadas, é na complexidade da decadência que a vida que , ao se dilacerar em derradeiras pétalas, dá seu grito estético mais intenso - recupera a intensidade do parto. E o livro magoado nasceu esferografado em guardanapos. O fato é que - em um mundo em que a glória passa distante, a saúde é finita e o amor é um mito – mesmo que em diferentes medidas e diferentes formas de se relacionar, todas as pessoas reconhecem a perda e a desilusão - assim como o desejo obscuro de abandonar o projeto de felicidade recebido natimorto pela civilização. Evandro faz desta decepção uma anti-canção urbana e, deste abandono dos sonhos, ele concebe seu plano literário. O livro magoado é um amigo íntimo que acabamos de conhecer e, não obstante, está de partida. O estilo de Evandro se delineia de forma difícil de definir. Dispensando artigos e compaixão gramatical, sua escrita é ao mesmo tempo lenta como um náufrago que espera por ninguém agarrado a uma tábua de madeira no meio do oceano, e igualmente veloz, como os últimos movimentos de um sujeito a se afogar nos estendendo a mão a quilômetros de nós. O texto repleto de metáforas jamais nos leva a crer que estamos lendo um poeta. A forma como Evandro anuncia imagens jamais nos tira do chão; ao contrário, mantém nossos pés conectados ao solo qual efeito de um vidro de remédios reaproveitado a outras finalidades. A forma do texto e densidade do sentimento servem para criar uma forma de depressão lírica cuja leitura nos é intrigantemente leve .
Por entre pessoas-posfácio e seres éter, Evandro nos acena a possibilidade da assunção de sua pena capital. Tudo é amargo, corrosivo e virilmente fracassado no livro magoado de Evandro.
Difícil definir se “amiga filósofa” é a entidade que o prende afetivamente ao mundo ou se é exatamente aquela que autoriza o personagem a seguir em seu caminho de racionalidade rumo ao fim. Difícil descobrir se é morte ou apelo por alguns instantes a mais de vida.
Ao lermos Minha Mãe se Matou Sem Dizer Adeus é fácil perder o fôlego. E a impressão que temos é a de que ele está se esgotando para sempre. Ele nos diz “adeus meu poeta não nos veremos nunca mais; sei que você treme, mas não é de medo; eu sim”.
Seria impróprio referir-se a este organismo-texto de forma direta, teórica, técnica. Como buscar compreender a palavra dor ou a palavra mágoa por sua definição no Aurélio. Para entender a dor, é preciso permiti-la. Leia apenas se for capaz.
É sempre domingo; chove chora. O livro magoado abre a trilogia das mágoas de Evandro Affonso Ferreira e eleva por fim o fracasso de vida à categoria de obra de arte".
Fernando Chuí

(imagem: capa do livro de E.A.F. por Fernando Chuí)

sábado, novembro 13, 2010

7 tweets sobre o Amor


I
Quando a liberdade gritou a solidão a solidão gritou o amor e o amor gritou a neurose. E a liberdade se ouviu de novo - mas estava rouca.

II
Certo estado da indiferença é muito próximo da crueldade. Crueldade é o oposto passional do amor. Indiferença é o oposto racional do amor.

III
Saudade fábula: Alice que éramos, reino que dói como se nos colhesse a flor da pele dizendo a vida foi real. Uns dias, jardim.

IV
A claridade ilude porque nos distingue. A escuridão apavora porque nos iguala.

V
Sem qualquer discórdia, é você do lado oposto. Conflito ou equilíbrio. Contrária, cheia de terror, se atrai. Que tipo de coragem é o amor?

VI
Eu achava que era difícil. Mais tarde descobri que era impossível. Então eu vi que não passava de ilusão. Foi quando aconteceu.

VII
O descaso matou o amor. A rotina sufocou, o ciúme esfaqueou, a traição atirou. Ira degolou, cinismo cremou. E lá vai o amor, esse gato aí.

(desenho e haitweets de Chuí)

sexta-feira, novembro 05, 2010

Lançamento do Livro Diálogo/Desenho nesta terça!

Amigos,
Nesta terça, a partir das 19hs, estarei na Livraria Cultura da Paulista - Paulista, 2073, conjunto Nacional - lançando o livro Diálogo/Desenho que fiz com a filósofa Marcia Tiburi em uma troca de correspondências sobre o desenho.
O livro tem como mote o desenho e busca refletir sobre seus conceitos possíveis no mundo atual e as relações sócio-históricas e educacionais que ele - o desenho - estabelece com outras áreas do conhecimento, da cultura e da sociedade.
Daremos um livro ao primeiro twitteiro que aparecer por lá!
E prometo um desenho ao lado do autógrafo a quem tiver lido este post e quiser me pedir...
Será muito bom tê-los por lá desenhando conosco esse momento.
Beijos a todos,
Chuí