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sexta-feira, setembro 04, 2009

O Índio e o Sertanejo


O índio já nasce puro,
imberbe, clássico e morto.
Ele é sobretudo extinto;
Foi avistado jovem, retratado jovem, assassinado jovem -

E assim se mantém, puro.

O sertanejo já nasce sobrevivente,
porque é sobretudo um forte,
sobretudo impotente;
Sobrevive velho, é retratado velho, nasce velho -

E assim se mantém, sobrevivente.


(texto e desenho: Chuí)

18 comentários:

To disse...

vero!!!!

Anônimo disse...

e o que sobra pro resto de nós?

Unknown disse...

Lindo!!

Au disse...

Fer,
eu me impressiono com a tua visão do real.
E a revelas lindamente, com a concisão que o poema deve ter.
beijo,
Au

Veja isto:

A claridade nos açoita
homônima de mim
aurora
vem do fundo do breu
como de seu avesso.



(03/09/2009

Luiza Christov disse...

Fernando...que demais. Você capturou o indio e o sertanejo e nem é índio ou setanejo. Ou é?

Luiza Christov disse...

Fer, preciso corrigir a mim mesma que escrevi sertanejo sem o erre...sertanejo tem erre, cara, um enorme erre...na garganta.

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

adorei a simplicidade do texto, com a grandiosidade da ideia, Fer!
e, claro, o desenho tb: hibridamente confeccionado! :)

beijão
sdd...

Yone disse...

Que lindo amigo. Beijo

Fernando Chuí disse...

Anônimo, resta pra nós um pouco de índios e um pouco de sertão nesse pó de modernidade que vamos ainda tateando...
E obrigado, Guilhermina, deixe seu e-mail pra contato depois, ok?
Bjs
Chuí

Sergio disse...

Demaaais , man!

Hamer Palhares disse...

Belo poema, Chuí.
Formas puras e necessárias.
E este nosso povo todo misturado andando aqui nas ruas de Sampa: sertanejos, índios, chineses...
Será que só a poesia tem acesso às formas puras?
Abç,

Hamer

Fernando Chuí disse...

Hamer, eu vejo esse povo em mim, meu sangue é índio, sertanejo, chinês, cigano - jazz.
Eu gosto , na arte, é do acesso às formas mestiças...

Claudia disse...

Parabéns pelos desenhos e textos tão verdadeiros, Chuí.
Bjs,
Claudia

Tereza disse...

Adorei os desenhos e a poesia Certeza.
bjs
Teresa

Menezes disse...

Seu jogo de contradições, bem para a além do barroco, do índio que morre novo e no sertanejo que nasce velho, poderia inaugurar um programa de desmonte de velhos e novos estereótipos. Acho que precisamos muito disso: quero mais!

Anônimo disse...

Fernando, você tem que vir urgentemente para Manaus, meu amigo! Pensei nisso!

Outro dia, revi você no youtube... Sempre bom te ouvir.

Bjs,

Juliana Hatoum

Fernando Chuí disse...

Juliana, obrigado pela visita e pelas palavras. Quem sabe não vou um dia pra Manaus mesmo? Deixe-me seu e-mail pra retorno depois, ok?
Bjs,
Chuí

Adriana disse...

opa!

bonito hein?