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domingo, novembro 15, 2015

129 corpos


O sentimento
não acha seu nome.
Nos atinge ao mesmo tempo 
em que nos aparta.

Parece um susto, não uma dor - 
pois não nos lesiona a musculatura,
não gera fissuras em nossos ossos,
não nos inflama os órgãos internos,
não atinge o amor de nossas vidas, 
não fere nossa auto-estima.

Parece alerta, não uma pena -
pois não nos enclausura,
não nos leva à guilhotina,
não nos obriga a serviços sociais,
não nos impede de sair do país,
não nos compromete as economias.

Parece assombro, não luto,
pois não derrubamos lágrimas,
sendo que nossos entes queridos 
confirmam estar felizmente                          


seguros.


O sentimento que não tem nome
é um corte agudo, profundo,
que nos deforma o espírito 
no momento em que nos faz 
temer qualquer coisa 
que não seja espelho.

Ledo engano:
Só há reflexo.


(texto/desenho: Chuí)

4 comentários:

Anônimo disse...

Fer, sensível como sempre. Sou sua fã e sinto a falta de te ler frequentemente.
Aos 129, meu desejo de luz.
Aos milhões no mundo todo o meu amor.

Anônimo disse...

Fer, sensível como sempre. Sou sua fã e sinto a falta de te ler frequentemente.
Aos 129, meu desejo de luz.
Aos milhões no mundo todo o meu amor.

Rafaela Figueiredo disse...

É mais que absurdo naturalizado, como já disseram, é culturalizado...

Cadê os aliens, que não chegam logo?

Bjo, Chuí

Rafaela Figueiredo disse...

É mais que absurdo naturalizado, como já disseram, é culturalizado...

Cadê os aliens, que não chegam logo?

Bjo, Chuí