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sábado, setembro 06, 2008
Escravo-Rei
Na Babilônia,
um dia na vida
o escravo era rei.
No dia seguinte era morto.
Na Babilônia,
um dia na vida
o escravo cuspia na corte.
No dia seguinte era morto.
Na Babilônia,
um dia na vida
o escravo comia a rainha.
No dia seguinte era morto.
E o antigo rei, humilhado.
E os escravos ali, libertados.
E o povo de Babel, purificado.
Na Babilônia,
um dia na vida,
o escravo era dito BaalZebub.
No dia seguinte era morto.
No dia seguinte era morto.
No dia seguinte era morto.
(texto/desenho: Chuí)
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14 comentários:
É... todos têm/temos um dia de 'rei'.
Nem que isso nos custe a vida.
Besos, Fer!
PS: Fico impressionada com os seus desenhos!
A solução então é acabar com o dia seguinte. Dia de ser morto. E aprisionar o presente...no presente. Ou não? afinal morrer traz alguma idéia de libertação.
É, na vida às vezes a gente não sabe se é rei ou escravo...e nem qual dos dois a gente sacrifica com o tempo...
Parabéns!
Lindo, Fernando!
Beijos,
Dila.
Os nossos assaltantes
cospem em nossas casas
e em nossas caras
e são mortos depois
Os meninos do tráfico
têm seus dias de rei
mesmo que reis do pó
e são mortos depois
E os estupradores
igualmente se deitam
com as nossas rainhas
e são mortos depois
O nosso escravo-rei
ainda tem seu dia
mas em plena consciência
de ser morto depois
Perfeito o poema pós-poema!
Difícil saber se nós somos escravos ou reis nesse mundo...
parebéns pelo espaço,
Ju
Conformada.
Sou escrava.
Ganho o amanhã.
Mais um dia só pra brincar de rei
e sonhar com meu reinado,
ainda que em preto e branco.
Denise, enquanto houver sonho, ao menos há amanhã... deixe depois seu e-mail para retorno, tá?
Beijos!
Chuí
te vi na uerj campeão!
Thales e Rafael, tudo bom?
Não sei de qual texto vocês estão falando, vocês têm o link?
Abs,
Chuí
Olá, gostaria de comunicar que fiz a prova da UERJ ontem, adorei seu texto lá e vim procurar sobre vc (futura leitora do blog)
É um texto no qual você diferencia herói de celebridade, descreve algumas caracteríticas dos personagens de quadrinhos... Mas como havia 60 questões lá, eu não guardei o nome. Mas meus sinceros parabéns, muito inteligente, não foi à toa a abordagem.
Sucesso.
Seu texto publicado na Uerj é sensacional mesmo que adaptado.
Obrigado, Pâmela! Pela visita, pelo comentário e pela elucidação.
Vou postar novamente o texto aqui, na íntegra.
Beijo do Chuí
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